Uma volta por Mejillones, no Chile
Mejillones é uma cidade litorânea que fica no norte do Chile. E fique tranquilo se você nunca ouviu falar do local, eu também não imaginava a sua existência. E como fui parar nessa cidadezinha de nome estranho? Vamos lá.
ROTEIRO
Fizemos uma viagem ao Chile em novembro de 2023, e ficamos por 20 dias no país. A estrela da viagem é claro, foi o Deserto do Atacama, no qual passamos 8 dias. E como ainda tínhamos tempo e vários dias sem muita programação, decidimos passar uns dias em Antofagasta.
Antofagasta é uma cidade que fica a 315km de San Pedro de Atacama (base para o deserto), é conhecida como a Pérola do Norte, mas calma, Antofagasta será assunto para outro post. A história é que, estando em Antofagasta e pesquisando o que tinha ao redor, descobrimos a tal Mejillones.
DE ANTOFAGASTA PARA MEJILLONES
Mejillones fica a apenas 65km de distância de Antofagasta, e chegar até lá é muito simples. Fomos de ônibus (transporte público) até a rodoviária de Antofagasta, e de lá pegamos um ônibus de viagem que fazia o trecho até Mejillones.
Na rodoviária de Antofagasta você pode comprar na hora a passagem para Mejillones, têm ônibus que faz o trajeto, tanto de ida quanto de volta, durante o dia todo. A passagem custa 3500 pesos chilenos (aproximadamente 21 reais).
O TRAJETO
Os ônibus são confortáveis e a dica é aproveitar o trajeto, pois as estradas desérticas do norte do Chile são completamente diferentes das que estamos acostumados a ver aqui no Brasil. A paisagem é empoeirada, com vários tons de marrom, tranquilas e com a monotonia quebrada por vilarejos que parecem sair de filmes de faroeste.
O ônibus chega em Mejillones e não espere parar em uma rodoviária, você desce na rua. Descemos lá e fomos explorar um pouco da cidade e descobrir se teria algo interessante para fazer por lá.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Não vou mentir, a primeira impressão da cidade não foi das melhores. Então não queira xingar a gente a hora que você descer do ônibus. Mas calma, ela vai melhorar.
Logo de início caminhamos até a costa. A cidade é portuária então acabamos de encontro com um mar de cor azul forte, barcos pesqueiros e um cenário ao melhor estilo “balneário” ou praias fora de temporada. Ou seja, nada demais.
Vale dizer que não fomos em época de temporada, então a cidade contava com poucas opções de restaurantes, mas eles eram bem legais. E se for almoçar por lá, prepara o bolso, porque descobrimos que Mejillones é mais cara para comer do que Antofagasta.
Aproveitando para falar sobre preços de restaurantes, o Chile como um todo é um país muito caro. E o que percebemos é que a média de preço não varia muito para restaurantes simples ou mais legais. Não encontramos lá aquelas opções baratinhas como temos aqui no Brasil sabe?
Então já vá sabendo que, mesmo que esteja em uma cidade que não é turística (como Calama por exemplo), a alimentação em restaurantes irá pesar no seu orçamento.
A SURPRESA
Na parte mais turística da cidade tem aquelas letrinhas que todo viajante adora tirar fotos. E foi ali que nos encantamos por Mejillones, não pelo letreiro, mas pelo litoral dali.
Na areia há diversos quiosque de palha que contrastam com o azul do mar e os tons terrosos das montanhas e deixam o cenário perfeito.
As fotos coloridas com esse céu azul podem te enganar, parece um cenário de verão, mas estava frio nesse dia. O vento por esses cantos do Chile é extremamente gelado, é o ar que vem das cordilheiras. Fomos no mês de novembro.
Além disso, ao final da praia há uma construção que com certeza vai estar nas fotos quando você pesquisar por Mejillones, é a Capitania dos Portos, uma casa fotogênica pra compor suas fotos. Curiosidade para placas que estão ao redor dela, indicando rotas de fuga e risco de tsunami (eu hein).
NATUREZA INCRÍVEL
Mas o que roubou nosso coração foi a natureza que Mejillones nos proporcionou. A beleza absurda que o contraste entre praia e deserto proporciona é como se tivéssemos um quadro à nossa frente. E a cereja do bolo é a diversidade de animais que tem como Mejillones seu habitat.
Ficar sentados na areia observando uma infinidade de gaivotas convivendo com pelicanos e leões marinhos foi um momento mágico. Nos faz perceber o quanto os animais são perfeitos quando estão em liberdade onde devem estar.
Ficaríamos horas e horas observando toda a movimentação quase que sincronizada de todos aqueles seres da natureza. Mas no meio da tarde foi hora de dizer tchau e voltar para Antofagasta.
Voltamos, é claro, apreciando novamente toda a rodovia desértica e pouco movimentada, felizes por termos conhecido um lugar que, a princípio, não teria nada de muito diferente, mas que nos encantou.
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