San Blas: um paraíso no Panamá

Feche os olhos e imagine o paraíso. Imaginou? Pois bem, posso te dizer que, muito provavelmente, você imaginou algo como San Blas. 

San Blas é um arquipélago pertencente ao Panamá, que conta com 365 ilhas e limita-se ao norte com o Mar do Caribe. De todas essas ilhas, menos de 50 são habitadas, e a maioria tem o tamanho de estádios de futebol. 

Sabe aquela ilha paradisíaca que a gente acha que só existe nos filmes? Então, isso é San Blas. San Blas é exatamente aquela ilha pequenininha praticamente deserta, com areia branquinha, mas azul intenso e cheia de coqueiros verdes. Adicione a isso algumas cabaninhas rústicas que dão um charme especial. Imaginou? Parece ou não uma pintura? 

Sobre San Blas 

San Blas é território pertencente aos índios Kuna, por isso a denominação correta para o terrítório é Comarca Kuna Yala. O terrítório é composto, além do arquipélago, de uma imensa floresta, e qualquer tipo de exploração natural local é proibida. 

No território Kuna Yala (San Blas) também é proibido qualquer tipo de investimento estrangeiro. Ou seja, apenas os índios Kuna administram todo esse paraíso. E é por isso que visitar San Blas torna-se uma experiência tão marcante, pois lá realmente o visitante terá uma experiência local, hospedando-se em simples cabanas (como as dos índios), sem conexão à internet e em meio a ilhas praticamente intocadas. É realmente inesquecível. 

San Blas – Quando Visitar 

A melhor época para visitar San Blas é entre os meses dezembro à março, nesta época a probabilidade de chuvas é menor, pois é período de seca e assim, fica melhor para aproveitar o local. 

Os meses de outubro e novembro são os mais chuvosos, é bom evitar. Mas digo que fui em novembro e a experiência foi ótima. Choveu a noite, porém uma chuva passageira, que não atrapalhou o passeio. 

Quanto as temperaturas, elas ficam sempre em torno dos 20 graus, ou seja, você não irá passar frio lá pelas ilhas. 

San Blas – Como Chegar 

Definitivamente, a melhor maneira de chegar à San Blas é contratando um tour. Eu não indico ir por conta própria, e é normal que para se chegar em um local paradisíaco, não seja tão simples assim, não é? 

Pois bem, vamos situar onde fica San Blas. O aquipélago está na costa a nordeste da cidade do Panamá, para chegar até lá é preciso encarar pouco mais de duas horas de estrada e depois mais cerca de 40 minutos de barco. Vou detalhar um pouco mais. 

Primeiro, não é recomendado o aluguel de carro e ida por conta própria, pois a estrada é cheia de subidas e descidas em meio a incontáveis curvas. Some a isso uma estradinha estreita, em que os veículos parecem que não vão passar quando se encontram em sentido contrário. Ainda não está convencido? É necessário um veículo 4×4, pois a região geralmente está com o asfalto molhado e isso ajuda nas subidas íngremes. 

Durante o percurso você vai ver muitas camionetes 4×4, todas muito parecidas, são todas de tours que saem diariamente para as ilhas. É raro ver um veículo diferente ou um carro de passeio pela estradinha. Eu fiz o tour com a LAM TOURS e foi perfeito, recomendo de olhos fechados. 

Outra curiosidade, no meio do caminho cruza-se uma espécie de “fronteira”, por isso a necessidade de levar o passaporte. Nela são olhados os documentos e recolhida uma taxa de 20 dólares por pessoa. A partir daí, já se entra em território indígena. Bem vindos à Comarca Kuna Yala. 

Depois da estradinha perigosa, paramos em uma espécie de porto. De onde os barcos saem. Não imagine um porto estruturado e barcos grandes não. Lá, nada mais é do que um estacionamento para os veículos, com chão de terra batida, e uns bancos de madeira para os visitantes esperarem seus barcos. Ah, e os barcos que saem do porto não barcos pequenos, devem ter capacidade para, no máximo, umas 20 pessoas. 

Tudo muito simples, o que já mostra que o que vem pela frente não é nada feito e estruturado para turistas. É a realidade do povo Kuna, e isso é o que tem de mais valor nessa viagem, portanto, é hora de aproveitar cada momento. 

A saída do barco é em uma área de mangue, com águas escuras, bate até aquela dúvida de San Blas realmente ser como as fotos que vemos na internet. Mas calma, ao longo do trajeto o mar vai mudando de cor, vão aparecendo ilhas, algumas habitadas, outras não, bem pequenininhas. Até chegar à ilha do nosso destino. 

São diversas ilhas, eu fui para a Ilhas Ina, ela é bem pequena e, dizem que não é a que tem mais estrutura para o turista. Mas quer saber? Não escolheria uma mais estruturada não. A mágica de estar ali é realmente ser um visitante em um território Kuna. 

Como é a Ilha 

Como já havia mencionado, são inúmeras ilhas em San Blas. Posso falar da qual visitei, a Ilha Ina. 

A chegada à ilha foi um momento de euforia no barco, todos ficaram super animados com o que estavam vendo. Aquela paisagem realmente de filme, uma ilha paradisíaca, para pouco mais de dez viajantes. É tudo e mais um pouco do que imaginávamos. 

A Ilha Ina é bem pequena, em alguns minutos caminha-se por ela toda. Lá os turistas hospedam-se em cabanas, como as dos indígenas. Conexão não existe nenhuma, e tomada, apenas nos pontos como a lanchonete. 

Existe uma lanchonete lá que vende algumas bebidas, como cerveja e água de coco, com mesas de frente para o mar. É lá que são servidas as refeições, que estão incluídas no tour (e, diga-se de passagem, são ótimas).  

Logo que chegamos na ilha, fomos acomodados nas cabanas e nos foi perguntado a preferência alimentar: se tinha alguém que não comia frutos do mar ou alguém vegetariano. Os indígenas que nos recebem são sempre muito simpáticos e solícitos com todos. 

A ilha é o local ideal para relaxar, se desconectar e curtir o local. Para quem preferir, há passeios de barcos que visitam outras ilhas ao redor. Eu preferi curtir a ilha, pois teria apenas um dia nela. E achei que foi a escolha certa. Os passeios para as outras ilhas ficam em torno de 10 dólares.  

O legal também é a interação entre os visitantes, no nosso grupo tinha gente do mundo todo, poloneses, alemães, espanhóis e italianos. Fizemos uma amizade legal, durante o dia tem rede de vôlei e a noite rolou música e cerveja na lanchonete.

San Blas – O que levar 

Como San Blas é um arquipélago com ilhas muito simples e bem rústicas, não é o local ideal para fazer uma mala de viagem não. 

O ideal é fazer uma mochilinha pequena para sua visita à ilha. Coloque nela itens básicos, como roupa de banho, uma muda de roupa, toalha de secagem rápida e itens de higiene e protetor solar. 

O que levei e achei muito válido foi um livro, pois lá é o lugar ideal pra relaxar e aproveitar a leitura na beira da praia. Geralmente os passeios possuem alimentação incluída, mas é interessante levar dinheiro para bebidas e algum passeio. Mas, por favor, dinheiro em espécie, nada de cartão de crédito, pois lá não vai ter validade. 

San blas – a volta 

A volta da ilha foi feita após o café da manhã, servido pelos indígenas e incluso no passeio. Após cerca de 40 minutos no barquinho, chegamos no porto novamente. 

Logo que desci do barco, o motorista da empresa com a qual fiz o passeio, a LAM TOURS, já estava me esperando. E daí pela frente são mais cerca de 2 horas de carro, com uma parada para um café na estrada, para depois deixar os visitantes na porta do hotel. 

San Blas – Quanto custa?

O tour até San Blas, feito pela LAM TOURS, inicia com transporte desde o seu hotel e finaliza te deixando no hotel novamente. Nele está incluído o transporte, alimentação na ilha (almoço, jantar e café da manhã) e a hospedagem.

O valor do tour fica em torno de 130 dólares (a partir deste valor). Soma-se a isso a taxa cobrada na entrada do território Kuna, que custa 20 dólares e também 2 dólares pagos ao barqueiro.

Para quem quer aproveitar mais a ilha, tem a possibilidade de estender sua hospedagem. O valor das diárias adicionais iniciam-se em 20 dólares, referentes à acomodação compartilhada.

O valor pode não ser tão em conta para passar um dia, mas garanto que vale cada centavo.

San Blas – vale a pena? 

Acho que esse último tópico nem precisaria existir, não é mesmo? Mas a verdade é que San Blas me marcou tanto que preciso frisar o quanto vale a pena.  

Inicialmente fiquei meio relutante em conhecer, pensei comigo mesma: “Nossa, duas horas de carro, depois um barco, tudo isso pra ficar um dia em uma ilha. Já vi tantas praias na vida.” mas a verdade é que San Blas é diferente. 

E o que mais surpreende e torna a experiência incrível é isso, ser distante, ser algo que não é “montado” para o turista, é poder observar a realidade de quem vive de uma maneira bem diferente da nossa, sem luxo, sem conectividade, ou seja… vale muito a pena. 

A minha única recomendação é: apenas vá. 

Vou deixar aqui o contato da LAM TOURS, que foram excelentes no transporte, serviços e também na hora de tirarem todas as minhas dúvidas em relação a essa viagem. 

LAM TOURS: http://www.lamtourspanama.com/

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