Imigração em Israel: as muitas perguntas da pior imigração do mundo.

Se você já pensou em visitar Israel, com certeza ficou com receio da famosa imigração, conhecida como uma das mais rigorosas do mundo. E eu estaria mentindo se dissesse o contrário. Aqui vou contar a minha experiência de entrada e saída do país. Mas já adianto: o perrengue vale a pena.

IDA: VÔO DE MIAMI A TEL AVIV

Minha passagem era do Brasil à Tel Aviv, com escala em Miami. Do Brasil para Miami foi tudo muito tranquilo. Mas ao fazer o check in em Miami que eu pude entender o porquê da fama da imigração de Israel.

Viajei só com mochila, sem bagagem despachada. Já na fila da imigração, ao olharem meu passaporte, pediram para eu aguardar um pouco. Ok. Vieram dois agentes e me perguntaram de que país eram dois carimbos específicos. Respondi que um era de Dubai e outro do Marrocos. Bingo.

Se você tem carimbos de países árabes, e mais alguns, você terá que ficar um bom tempo respondendo diversas perguntas.

Logo que viram que havia visitado Dubai e Marrocos, me fizeram várias perguntas, algumas que me lembro foram:

• Quando você visitou esses países e por quanto tempo ficou lá.
• Com quem você viajou para esses lugares e qual foi o propósito da viagem.
• Você conhecia alguém nesses países ou criou alguma amizade com alguém lá?

Ufa… depois de tudo esclarecido achei que estava terminando… ingenuidade a minha, me encheram de diversas outras perguntas, algumas delas:

• Porque você vai pra Israel? (disse que foi porque estava em promoção rsrs, e não menti).
• Porque está indo sozinha?
• Quem fez sua mochila? Você deixou ela sozinha por algum momento? (perguntam pela possibilidade de terem colocado algo nela sem eu saber).
• Com quem você mora? Com quem ficou seu cachorro?
• Como você consegue viajar tanto?
• Qual é o nome do seu namorado? A quanto tempo estão juntos? Qual o nome da irmã dele? E do pai? (tive que soletrar os nomes)
• Qual é seu trabalho? Me conta o que faz no dia a dia.
• Conhece alguém em Israel? Onde irá se hospedar.

Pediram também para eu mostrar meu instagram, enfim… ao total foram cerca de 45 minutos respondendo perguntas. E detalhe, tudo em inglês. Dá um nervosinho? Claro que dá. Imagina se resolvem implicar com algo e não me deixam embarcar.

Depois de tudo respondido, colaram um adesivo no meu passaporte e fui pra sala de embarque. Hora de ficar calma e esperar o voo, certo? Errado.

Estava bem tranquila na sala de embarque quando anunciaram meu nome no autofalante, fui até o guichê e me levaram para uma sala. Me pediram para aguardar sentada, pegaram minha mochila e meu celular e levaram para outra sala para revistarem, onde não dava para ver. Foi rápido, acho que uns 5 minutos, mas que pareceram uma eternidade.

Agora sim, voo para Israel.

ENTRADA EM ISRAEL

Desci do avião preparada para mais uma sessão de perguntas, e pra minha alegria, não teve nenhuma. Maior tranquilidade, até me assustei quando vi que já estava no portão de saída do aeroporto, pensei até ter errado o caminho, rsrs.

Importante falar que Israel não carimba o passaporte. Ao invés disso, você vai até uma máquina, coloca seu passaporte e lá sai impresso um papel de entrada no país.

Isso acontece porque muitos países não têm uma boa relação com Israel, e se você tiver um carimbo em seu passaporte, provavelmente será barrado em diversas imigrações.

SAÍDA DE ISRAEL

Depois de aproveitar o destino, entrei na fila para a sala de embarque e quando chegou na minha vez, adivinha? Me pediram para ir para outra fila.

E nessa outra fila, quando chegou minha vez começaram a me fazer mais diversas perguntas. E muitas delas eram as mesmas perguntas que haviam me feito em Miami. Provavelmente estavam checando se as respostas eram as mesmas.

Vamos lá, algumas das perguntas:

• Você viajou sozinha?
• Qual foi seu itinerário em Israel? Foi para a Palestina? Foi para a Jordânia?
• Alguém ajudou você a arrumar sua mochila? Você deixou ela sozinha depois de arrumada?
• Você recebeu algum presente de alguém em Israel? Você fez alguma amizade?
• Qual o nome do seu namorado? E da irmã dele?

Ok, respondido, ainda não havia terminado. Fui para outro local onde funcionários da cia aérea inspecionam as bagagens.

Enquanto fiquei sentada, assisti às moças abrindo minha mochila, passando peça por peça em um scanner, abrindo e cheirando tudo o que havia na bagagem.

Fui encaminhada para uma espécie de trocador de roupas, desses que tem em lojas, acompanhada de duas funcionárias. Pediram para tirar o sutiã e passar para elas. Quando elas passaram ele no scanner, fez um barulho diferente. Foi quando me olharam e disseram: está escutando? Esse barulho é quando detecta algo diferente.

Por mais que você não tenha feito nada de errado, dá um certo medo, passa muita coisa pela nossa mente. Então elas colocaram meu sutiã em outra máquina, uma espécie de raio X, e depois devolveram.

Depois de bastante tempo inspecionando tudo, me chamaram e falaram que estava tudo OK, que poderia seguir viagem. As moças se desculparam pelo incômodo, justificando que era o trabalho delas e me desejaram boa viagem.

Agora sim, respirei aliviada.

CONSIDERAÇÕES

O post não tem a intenção de assustar ninguém, muito menos de desencorajar alguém a viajar pra Israel. Mas sim de preparar para o que pode (ou não) acontecer. É só manter a calma e responder tudo com sinceridade que tudo dá certo.

Toda erra rigidez do país é para a proteção, não só deles, como nossa também, então não encare como algo pessoal. Apesar de ser extremamente cansativo, todos os agentes da imigração foram extremamente educados durante todo o tempo.

Se você deseja ir pra Israel, espero que não enfrente tantas perguntas, mas, do contrário, já estará mais preparado. E pra ajudar na sua viagem, tem diversos posts legais aqui sobre esse destino incrível.

• Onde se hospedar em Israel
• Massada, uma visita imperdível em Israel
• Israel: tour pela Cisjordânia/Palestina
• Um hotel com a pior vista do mundo?

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Para sua viagem: